10 de set. de 2023

Palavra prata, silêncio ouro

Que os médicos se dedicam muito tempo de suas consultas a trocar a ideia comigo não é nenhuma novidade. Porém, eu gostaria que fosse sobre minha saúde e não sobre sobre assuntos totalmente aleatórios tipo, a história do homem que foi abrir a fita do ovo de Páscoa com a faca virada pra ele e furou o olho. E digo mais, PERDEU A PORRA DO OLHO. Maaas, ok, já aceitei bem resiliente esse meu destino quando entro nas consultas, toda fucking vez é isso, apenas aceito.
Até porque meu cérebro TDAH (já saiu o laudo) na maioria das vezes ou 1) não está ali ou 2) está muito ali dependendo da fofoca e, convenhamos, essa do ovo de Páscoa é ótima. Tipo, eu ri. Não, não é certo rir, aaah foda-se também, se um dia eu listar aqui as coisas que me fazem rir... pqp. 
Os docs japonezinhos são os mais engraçadinhos, eu tento fugir apesar deles seguirem uns protocolos mais interessantes relacionados ao histórico familiar, mas são muito invasivos quanto a vida pessoal, sempre sempre and sempre me perguntam coisas que são absolutamente curiosidades sem noção... tipo se eu falo japonês (nisso começam a falar e eu só quero morrer), querem falar da cultura hahahah são engraçados mas raramente tô naquela vibe porque é sempre aquilo e pra mim já deu. Igual quando apertam sua bochecha nas festinhas infantis e "olha que menina graciosa" sabe?
É mais ou menos isso que sinto, parece que eles querem testar o que "restou" de japonice entre os deles.
Enfim, tento ser simpática em quase todas as consultas. 
No fim das contas, todo paciente sempre fala tanto que quando chega alguém que só quer ouvir, eles acabam por falar até além rsrsr.
Nem todos.

30 de jun. de 2023

O que eu tava falando mesmo?

Um pouco mais ranzinza que o normal eu ainda insisto em aparecer por aqui.
A idade vai roubando minhas palavras com o passar do tempo, não tenho mais vontade de "gastar" interação que não seja de fato produtiva e estimulante, talvez por isso eu tenha mergulhado mais no meu trabalho que envolve criatividade e busca de novidades.
Mas pode ser também meu cérebro que talvez seja neurodivergente hahaha veja bem. Aquelas descobertas depois dos 40.
Mas ainda não saiu o diagnóstico, tô supondo um TDAH por conta dos trocentos questionários que a neuro pediu do qual gabaritei com louvor mas não sem vontade de chorar porque né? Não é sempre que você responde SIM a perguntas que envolvem "Você para de prestar nas pessoas NO MEIO da conversa?" Mano do céu, me senti uma borboleta perdida porém muito compreendida naquela sala. Ok, isso não fez sentido.
 Anyway
Então eu tenho tido vontade de escrever mais, sempre gostei, mas não coisas grandes igual aqui, só bobices e desabafos, fico no Twitter reclamando, que é basicamente o que todo mundo faz lá.
Ainda não achei uma torta de limão decente nessa cidade, então digamos que pode ser o meu o objetivo de vida.

3 de fev. de 2023

O ferrão da abelha

Ou existe o carma, essa teoria mística sem nenhuma comprovação científica de que tudo que vai, volta (?), ou, temos o Sr. Rozito, taxista de trocentos anos com ponto fixo em frente o ex hotel Boulevard Inn que, pediu pra eu passar o meu cartão de débito na máquina dele, a transação foi aprovada, ele disse que não, brigou comigo, acabei passando de novo e obviamente debitou 2x. 
Se ele faz isso sempre é sinal que gente ruim se dá bem sim e é como a vida funciona (sorry). Se vai voltar um dia, ele tem uns 70 anos, talvez isso só aconteça no inferno, logo, ele nem vai perceber.
Sabe, eu até mostrei pra ele o débito no meu banco, ele afirmou que não entrou pra ele, somente pra mim, eu super atrasada pro trabalho e não querendo brigar com aquele ser grosso que "não vou dar golpe na senhora por causa de 17 reais, tenho meu ponto fixo ali na praça há anos", passei novamente o cartão (burraaaaa).
Fui embora puta da vida e pensando porque eu sempre saio de educada (trouxa) nestas discussões mesmo quando tô certa? E pensando "claro que esse idoso não vai me dar um golpe por causa de 17 reais pelo amoooor da deusa!" Sim. Deu.
Humanidade, perdemos.

O update dessa história é que mesmo depois de falar para o marido não fazer nada, ele consentiu mas foi lá depois e fez, típico.
O querido não estava lá no ponto mas os amiguinhos falaram que ele sempre faz isso (oooi?), que vários passageiros já  reclamaram, mas que eles não podem fazer nada porque o véio cara de pau é de frota e tá lá de favor, aí passaram os dados dele pra denunciar na tal frota.
Um verdadeiro plot twist não?
Enfim, a frota pediu desculpas, ofereceu devolver o dinheiro e tals e não temos visto o Sr. Rozito mais lá no ponto.
O carro dele tem uma abelhinha na porta.

6 de jan. de 2023

Escrevendo frango

A depressão que é começar o ano assistindo um reality com uma criança de 10 anos que sabe desossar perfeitamente um frango inteiro and sabe de cabeça a receita da massa choux. E eu me achando só porque sei a diferença entre espinafre e escarola. Mas tá ótimo, aposto que elas não sabem qual o melhor pincel pra usar ao fazer letras populares.
Se bem que, diferente de saber fazer um frango, isso não vai afetar em nada a vida delas. 
Legal, mais uma amostra aqui de que eu sigo mais um ano pensando em coisas totalmente aleatórias e sem sentido enquanto método de procrastinação diante um esboço que preciso entregar.
Ou seja, não será esse ano que terei alta na terapia.
Sigamos.

29 de dez. de 2022

ON OFF

A verdade do momento é que ninguém precisa saber o que eu penso. A menos que seja uma pessoa interessada nisso. 
Então estou bem de boas parando de ficar por aí escrevendo publicamente o que eu penso. Tranquei tudo mesmo e amo escrever, então sigo fazendo reservadamente. Não sou ninguém importante pra ficar trancafiada achando que alguém lê ou que se importa, só tô me valorizando mais mesmo, não quero ficar igual um livro aberto largado. 
Pelo menos sabendo quem tá comigo trocando e compartilhando tanta coisa sem noção que escrevo eu me sinto melhor. 
Falando nisso ainda não sei onde coloca isso aqui no privado, vou descobrir.
Obrigada, de nada e passar bem.

11 de set. de 2022

Choices

Quero falar porquê trabalhar com o que se gosta faz com que muitas vezes a gente ache insuportável fazer isso.
Porque não é o bastante. As pessoas não entendem isso e ficam com esse blá blá blá de ingratidão mas veja, trabalho é trabalho. E trabalhar é chato, todo mundo sabe disso. A obrigação e repetição.
Eu gosto do que faço? Sim, amo. Mas faço 100% como eu quero, quando quero e onde eu quero? Não. Por isso chama trabalho e não chocolate (e olha que nem o chocolate eu posso comer sempre o meu preferido que é caro, nem quando e nem onde).
Enfim, para de glamourizar esse "fazer o que ama e ser feliz pra sempre" porque na real é uma gigante fake news. Bullshit 


1 de ago. de 2022

Dia do selo

Eu acho que é um momento bom pra mim.
Que apesar de estar em uma tempestade e estes tempos tão difíceis, eu estou no olho da tormenta onde tudo é calmo.
E por conta disso eu percebo a grandeza desse privilégio, cada coisa que antes parecia banal hoje é de uma proporção solar e imensa.
Do tipo estar viva. Respirar confortável.
Ainda poder tomar café no meu lugar preferido, andar no centro, ouvir um áudio amoroso da minha mãe no dia de hoje.
Sou ranzinza e estou cansada mas é mais um inverno em que eu me sinto grata.