Deprimente

Ter o presidente mais burro do mundo não é fácil. 

Aceitação (ou não)

Eu, sinceramente, acho que depois que ela veio, ficou pior do que já estava. E o  distanciamento, que já era enorme, ficou ainda maior. E eu a culpo por não conseguir mais achar nenhuma graça em estar com as pessoas que eu amo. 

E não, não estou falando da pandemia e do vírus. 

Me dê motivos

Não é curioso como, para qualquer problema que você estiver passando, de dor de cabeça, crise financeira, depressão, o bolo queimou, esposa traiu, transtorno bipolar, filho com notas baixas até o ônibus que não chega nunca, a psicopatia e o café ruim, para todos esses problemas/doenças tão diferentes e peculiares, tem sempre um bonitinho cristão cheio de fé e "boa vontade" que diz: "Olhe pra dentro de si e com a oração certa suas preces chegará ao Criador que cuidará das suas chagas?"

This is so fucking simple, isn't it?

That's what she said

Minha única esperança no momento, é que os episódios que tô vendo em The Office não acabem antes desse fucking isolamento.

Todo mundo sempre fala dessa série e, assim como Friends (que não vi e não verei), eu ficava enrolando pra dar uma chance.

Mas a verdade é que demorei muito pra assistir e agora acho a coisa mais maravilhosa.

Sempre que o Michael abre a boca eu dou aquela risada de nervoso, é uma sensação engraçada, constrangedora, ao mesmo tempo tenho muita pena dele enquanto ele segue sendo extremamente sem noção. 

Eu acredito que muitos estão nesse momento-hiato-pandêmico de "rir pra não chorar", embora este seja o estado permanente do brasileiro, desde que nascemos já somos premiados com essa sensação. 

Enfim, algumas coisas estão me salvando nesse momento e The Office é uma delas.

Fita métrica do sofrimento

Apesar de entender aí a gravidade do coronga e ouvir exaustivamente sobre lavar a mão por 20 segundos, eu realmente espero que aquele vídeo do infectologista explicando os cuidados todos (que eu só vi na tv), não esteja veiculando também no metrô.

Nesse vídeo, entre outras coisas, ele fala sobre manter 2 (dois) metros do coleguinha ao espirrar, só que assim, risos mil, porque né?

Super ok mesmo a população saber o que precisa ser feito, lóoooogico, mas essa parte em específico não pode veicular naquela TV do metrô, onde temos um exemplo contrário a lei de Newton sobre 2 corpos não ocuparem o mesmo espaço. São fucking 7 pessoas por metro quadrado dentro do vagão, sim Brasil, todo dia os trabalhadores são esmagados nesse nível. 

E aí, se você tá ali igual uma ervilha na lata e dá uma espiadinha na TV do metrô onde ele fala em 2 metros de distância, o que você quer fazer se alguém espirrar?? 

Culpa dos ursinhos?

Pelo resultado dos exames, é possível que eu esteja num processo inconsciente (?) de redução de expectativa de vida, porque olha, tô de parabéns. Consegui inverter todos os índices e o que era pra estar baixo tá bem alto e vice versa. Devo estar passando mais nervoso que o normal (e o que é o normal nao é mesmo?) pois sempre que isso acontece, meu paladar infantil (que não é de uma criança saudável) vem com todas as forças trazendo alívio em toneladas de gummy bears porém fodendo muito com meu organismo, que já é bem precário. Talvez seja isso. Ou não. Preciso consultar os gummy bears.

Bolão

3 fucking dias seguidos de enxaqueca e é sempre a mesmíssima cena: eu sentada esperando o remédio fazer efeito enquanto mastigo gelo pro meu maxilar massagear minha cabeça indiretamente, e meus pensamentos tentando buscar o motivo da dor, sendo que, qualquer brisa contrária já pode ser o motivo.

É o molho de tomate? Expectativa de um trabalho bem foda que pode acontecer? Assistir um episódio de Doctor Who que fez lembrar meu pai? Mudança de casa? Pegar o elevador com uma pessoa totalmente desequilibrada que acende um isqueiro colocando sua vida em risco? Calor de 35⁰? Ver pessoas que você gosta sofrerem? Comer bolo de chocolate com recheio de chocolate and muita cobertura de chocolate?  

É interminável isso aqui, tô bem cansada.

Viver assim me cansa às vezes.

Base escolar

Ainda dá tempo de trocar as aulas sobre fórmula de bhaskara, trigonometria, logaritmos e outros que não usamos por: como abrir uma empresa ou a tampa de vidro de azeitona, cálculo de imposto de renda, dobrar lençol de elástico, fazer arroz soltinho, fingir demência em casos de interação não solicitada, aulas no ensino fundamental sobre não ser cuzão preconceitoso e machista, e claro, é preciso falar exaustivamente sobre a função da ciência contra todas essas teorias da conspiração ridículas.

Reset

É aquilo né, estamos em 2020 e ao invés de cura do câncer, carros voando, legalização do aborto e meu estômago imune a frituras, molho de tomate e balas Fini, temos: ministro nazista, criacionista na Capes, um "imprecionante" ministro da educação, eu com síndrome do impostor e tentando ser assertiva desde o dia 1 da terapia, temos deputado auto-intitulado príncipe (Proclamação da República rindo nesse momento) com discurso sobre meritocracia (eu rindo muito nesse momento), coach quântico, baratas, e, talvez a cereja do bolo, a brilhante ideia da ministra da ala do circo sobre a abstinência sexual como método contraceptivo (wtf).

Alô mundo lindo, alguma dúvida que o meteoro está demorando demais em nos dizimar?

Dia 1

Zero de estrutura emocional pra The Good Doctor.

Se o ano começa assim, imagina como estarei daqui 365 dias (ano bissexto).